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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Mijador








Mijador

Depois das dez da noite
É o point da velha juventude.
O local é fedorento,
E o mais exótico da cidade.
A galera vai de carro
Ou a pé para devassidão.
Bituqueiros fazem plantões...
Há muita imoralidade.
O poder maligno ganha magnitude.
O inferno sorri, vê-se vociferar o cão.

Participam tribos de todas as idades.
Dos caras lisas aos de rugas nas caras.
Mutantes esquisitos e esquisitos sem identidades.
Todos são virulentos dessa desgraça.
O mijador é o ponto da seita do mal.
Leva à loucura, ao vício, o bicho-homem animal.

Por uma ponta de bituca, de cigarro, declara-se guerra.
Os idiotas ingerem a droga como mel.
Levam suas famílias à tortura, à merda...
Contaminam o ar com esse fel.
São as pragas de séculos...
Exterminam a esperança
Dos pregos sem martelos.


Texto do livro “Espelho de Cristal”, Ed. Scortecci, SP, 2001, pág. 93 - Autor: Prof. Osmar Soares Fernandes.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 22/04/2012
Reeditado em 26/12/2013
Código do texto: T3626662
Classificação de conteúdo: seguro

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Pai





Pai

Pai, ainda ontem
Você estava aqui
Ensinando-me à vida.
Encheu meu mundo
De sonhos
E esperanças.
Eu era seu menino,
Sua criança.
A nossa casa
Era o paraíso,
A grande dádiva.
Pai, você me preparou
Para o caminho...
Foi meu professor,
Meu mestre, meu sol.
Foi a luz que Deus
Me presenteou.
Quando cumpriu
A sua missão,
Ele o recolheu.
Abrigou-se o deserto
Em minha alma.
Meu mundo desmoronou.
Só restou a lembrança
E a sua eterna saudade.
Eu nunca me esqueci
Dos seus ensinamentos.
Seu amor nunca desertou...
Ficou em mim seus mandamentos.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 10/08/2014
Reeditado em 28/10/2016
Código do texto: T4917449
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Morra de inveja





Morra de inveja

Ainda que seu mau-olhado tente apagar meu brio,
O vento vem e sopra na direção do destino desejado...
Não há feitiço que impeça o meu grito delirante,
Nem choro mentiroso, invejoso, a destruir meu sonho.

Não adianta acender velas para as almas desamparadas.
Nem pense que sua mandinga vai me destruir.
Eu tenho um Deus que é o dono da vida e da morte.
Ele é meu protetor desde o dia que eu parti consagrado.

Você que me deseja o pior, eu digo: seu Satanás não tem poder.
Eu tenho a força do bem, do amor e sou abençoado.
Sua tentação é uma derrota, sua ambição vai morrer.
Eu tenho a luz, vida própria, sou de Deus o predestinado.

Minha luta te incomoda, minha vitória te perturba; estou protegido.
Quem nasceu para brilhar não se abala com os seus infernos.
Enquanto você pensa em me apagar, caminho em frente.
Minha vitória será sempre o seu desgosto... Morra de inveja!


Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 15/11/2014
Código do texto: T5036127
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Quando a gente faz amor




Quando a gente faz amor

Quando a gente faz amor
Nosso corpo é nossa cama.
Nosso sonho não tem dor,
É destino, e a gente se ama.

Nosso amor é ternura.
Tem fome de paixão...
Não há desventura.
E, se embriaga no coração.

Somos dois num só desejo.
Amor que vive sem doer...
Sem segredo.


Esse amor é infinito.
Dor só de prazer...
No céu já estava escrito.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 10/11/2014
Reeditado em 28/10/2016
Código do texto: T5030228
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Um sonho quase perfeito






Um sonho quase perfeito

Senti seus olhos me vigiando,
Buscando minhas pegadas no deserto.
Estava loucamente me torturando...
Procurando nosso mundo insólito, incerto.

Coração solitário chorava.
O labirinto sem mapa tinha segredo.
Sentimento por mais que implorava,
Era consumido pelo medo.

O vento rasgou a madrugada,
O tempo não rompeu a aurora...
E o amor se perdeu na derrocada.

O destino que já nascera imperfeito,
Adormeceu nas cinzas de outrora...
E queimou um sonho quase perfeito.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 30/11/2014
Reeditado em 21/12/2014
Código do texto: T5053923
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Planeta mendigo



Planeta mendigo

Misturado aos urubus, esconde seu rosto, seu nome.
Briga por cada saco de lixo em busca de pão...
É a lei do mais forte para não morrer de fome.
A espécie demarca seu território como um cão.

Despe-se de sua imagem...
Assim, é o planeta mendigo!
Marca registrada do capitalismo selvagem.
A humilhação se estampa na face dos meninos.

O homem triste, do lixo,
Tem alma, é um ser-humano.
Vive como um bicho!
Vegeta nesse mundo desumano.

Nesse lugar a Pátria apagou a sua luz.
Falta o cumprimento constitucional...
Ali, cada um faz a sua lei, carrega a sua cruz.
É a fotografia da política social.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 12/12/2014
Reeditado em 12/12/2014
Código do texto: T5067692
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AMOR PRA VALER TEM QUE TER CASAMENTO



AMOR PRA VALER TEM QUE TER CASAMENTO

Me abraça e me beija e depois vai embora...
Não é amor! É só sexo e prazer e despedida.
Você é como bicho no cio...
Por que me trata desse jeito?
Assim, meu sentimento chora!
No coração brota a ferida.
Minha esperança dói nesse rito...
É dor fincada no peito.

Você só me quer pra aventura.
Estou cansado de ser seu brinquedo.
Não sou peça pendurada no mercado.
Estou sofrendo, mas tenho vergonha na cara.
Não quero mais esse amor desventura.
Não quero ser seu torpedo...
Esse destino fracassado
Não tem endereço nem casa.

Eu assinei minha carta de alforria.
O seu jeito de amar tem sentença...
Seu mundo moderno não me interessa.
A rua está cheia de esquina e divertimento.
Quero um amor de verdade, de alegria.
Um coração que me pertença.
Dentro do meu sonho tem uma regra:
Amor pra valer tem que ter casamento.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 06/01/2016
Código do texto: T5502323
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Renascimento ou morte




Renascimento ou morte

Hei, põe a mão na consciência e deixa de ser mal.
O mundo não suporta gente que ama a guerra...
Quem ultrapassa o sinal vermelho gosta de matar.
Quem exibe sua caça como troféu é uma besta-fera.

Hei, o mundo animal dentro de você tem que mudar.
Põe Deus no coração e compreenda o Sermão da Montanha...
A vida é curta, mas a alma é eterna!
O espinho que machuca o pé, feri a sua estrada.

Hei, não extermine a criança que você já foi.
Quem perde a inocência não é racional.
Se persistir... Seu filme terá triste final.

Cadê o amor que existia dentro de você?
Assim, seu mundo morte não tem salvação.
Você precisa renascer para merecer a iluminação.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 15/01/2016
Código do texto: T5511840
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Você que não se liga no mundo




Você que não se liga no mundo

Você que não se liga no mundo
E vê a bola rolar sem destino
Não tem amor nem solidariedade
Não se importa se sua casa
É em marte ou em júpiter...
Em suas veias o rio não corre para o mar
O paraíso não tem encantamento
Não existe nem passado nem futuro.

Não tem fé em Deus e não acredita na ciência
Anda como cachorro sem dono
Todo acontecimento é casual
Nascer ou morrer é uma fatalidade
Você é como o buraco de um abismo
Seu lar é um canto vazio
Não é sábio nem tolo
Vegeta num planeta morto...

Se você descobrisse o amor de Deus
E se vivesse o poder da amizade
E o quanto isso nos faz bem
Seu destino seria familiar
Você seria uma tocha de fogo
De sua própria olimpíada
Iria chorar ou sorrir
Não viveria esse engano
E seria simplesmente, humano.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 17/01/2016
Código do texto: T5514197
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A minha rua



A minha rua

A minha rua é larga e asfaltada.
Fica no centro do meu bairro.
Em dia de festa é toda enfeitada.
E, tem artesãos fazendo produtos do barro.
A minha rua é a Avenida
Prefeito João Fernandes de Almeida.
É o nome do meu pai.
Uma linda alameda.
Ela começa do muro do cemitério
E atravessa a BR... Até perder de vista.
Nela tem a Rádio Rainha, a Danceteria, a Igreja,
O Comércio, o Supermercado...
E, muitos moradores.
A minha rua fica no centro
Do Conjunto Habitacional
Papa João Paulo II (180 casas),
Onde tenho bons vizinhos; toda iluminada.
Aqui, vivo feliz com a minha família.
Meu pai é sempre bem lembrado.
Minha rua tem vida e eterna morada.
Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 24/01/2016
Reeditado em 24/01/2016
Código do texto: T5521176
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Não sou infiel - soneto do prof. Osmar Soares Fernandes



Não sou infiel
Você me trata indiferente...
Como garoto de programa.
Da nossa casa, está ausente.
Nosso amor não tem mais cama.

Você inventa novas brigas...
Pra sair com suas amigas.
Toma cerveja nos barzinhos.
Depois me diz que não lhe dou carinhos?

Nem um amor sobrevive assim.
Não sou infiel!
Não há mais esperança dentro de mim.

Você leva a vida como solteira.
Trocou seu papel...
Nosso casamento ruiu de bobeira.



Prof. Osmar Fernandes, em 28/10/2016, T5805768

Sangra-seca de autoria do poeta Osmar Soares Fernandes


terça-feira, 25 de outubro de 2016

SUPREMO DESEJO



SUPREMO DESEJO
Ao sonhar contigo,
O sublime calor do prazer
Tomou conta de mim.
Foi fascinação e delírio.
Senti seu fogo em chamas me arder...
Senti seus beijos ardentes sem fim.
Ao acordar, tive vontade de morrer.
O sonho tinha apenas sonhado.
Meu êxtase chorou demasiado...
Minha fantasia não quis te perder.
Mais tarde, ao vê-la passar na rua,
Meu coração quis sair pela boca.
Tive uma síncope do sonho revolto.
Era paixão esvoaçante, nua.
Era indomável!
Mergulhei nos teus beijos;
Foi louco; implacável.
Finalmente, o supremo desejo.



Prof Osmar Fernandes

em 28/02/2009
Código do texto: T1461346

Amor predestinado



Amor predestinado

Nosso amor nasceu predestinado.
É alma gêmea clonada desde Afrodite.
É sonho que já foi abençoado.
É destino que há muito já existe.

Nosso amor é unissonante.
Caminho de flores, indestrutível.
Prazer absurdo, apaixonante.
Carinho gostoso, indivisível.

Nosso amor é encontro fatal.
É felicidade alucinante...
É um só, transcendental.

Esse amor é infinito, cativeiro.
É eterno, de almas, é amante...
É amor verdadeiro.

Prof. Osmar Fernandes,
22/02/2009, texto: T1452862



Essa bagaça



ESSA BAGAÇA

Essa bagaça está me deixando doido.
Foge de mim como o diabo da cruz.
Parece cabaça vazia à beira do poço...
Desse jeito, minha lamparina, não traduz.


Quanto mais corro atrás dela...
Dá linha! Se faz a confusão em meu sonho.
Eu peço a Deus que ela volte bela...
Estou à beira do abismo, tristonho.


Já não consigo fazer nada na vida.
Corro e preciso dessa bagaça...
Meu mundo sem ela é covardia.


Quem sabe de uma pra refazer o poeta?...
Sem ela minha poesia divaga.
Preciso encontrar minha caneta.



Prof. Osmar Fernandes em 25/10/2016

Código do texto: T5802989

Emplaca meu amor



Emplaca meu amor
Bem-vinda ao meu coração!
Você tem livre passagem.
Entre nesse caminho de paixão...
Emplaca meu amor.
O sentido obrigatório é o casamento.
Dê-me a preferência!
Amor, casa comigo, sigamos em frente.
Aqui, não tem ponte estreita.
Não tem depressão.
Vamos juntar nossa interseção?
Nos aclives e declives,
Segura em minha mão.
Nas curvas nossos corpos
Se encaixarão, simultaneamente.
Você é a BR-deste sonhador.
Eu lhe quero completamente.
Eu lhe amo!
É proibido trair, partir, sofrer, chorar.
Não pare, e não tenha medo.
Todo dia eu lhe chamo...
Vamos mergulhar na alma deste destino?
Seja o meu segredo a desvendar!
Os batimentos do nosso prazer,
Devem Ultrapassar a 220 km/h.
Nessas placas de amor,
É proibido não amar...
Emplaca meu amor.
Vem e vamos nos casar.



Prof Osmar Fernandes

Em 02/03/2009; texto: T1464809

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Pássaro de Luto



Pássaro de Luto

Esta noite está vazia,
É pura agonia.
Meus olhos se enchem de lágrimas aflitas.
Estou sem alma, sem vida.
Agora, tudo é medo, segredo... desafio.
Esta noite perdi meus encantos...
Sou um pássaro solitário de luto,
Em calvário, condenado à eternidade...
A carregar esse pranto.
Esta noite não é como as de outrora.
Agora, aqui jaz o meu amor...
Tudo é abandono numa tortura sem fim.
Esta noite, meu coração
Foi crucificado dentro de mim.



AUTOR - OSMAR SOARES FERNANDES

Publicado no livro Sonhos e Destinos
Scortecci Editora, SP, 1997, pag. 13

REFUGIADO (poema)





REFUGIADO
O mundo morre por seus loucos absurdos.
Por gente perversa, vazia, sem sabedoria.
Impregnada por tormentos e agonia...
Que se mantém em sua covardia.

Mundo em chamas... Refugiado.
Praticado num inferno de pecado.
Onde essa espaçonave do terror, mata,
Num vil espetáculo sem pauta.

Perecem os pobres e os ricos,
É o saldo da guerra do terrorista...
Humanos à deriva, perdidos.

O sangue do inocente ilustra o jornal.
É o resultado da violência pela conquista.
Onde o destino de muitos é o funeral.


Prof. Osmar Fernandes, 24/02/2013, T4157744