Tudo Sobre o Caso Daniela Perez
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Guilherme de Pádua Daniela Perez |
Daniela Perez (Rio de Janeiro, 11 de agosto de 1970 — Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1992) foi uma atriz brasileira, filha da autora de telenovelas Glória Perez.
Daniela tinha 22 anos quando foi assassinada pelo colega de trabalho, o ex-ator Guilherme de Pádua, e por sua mulher Paula Nogueira Thomaz, que a emboscaram e mataram com 18 golpes de punhal. O crime foi motivado pela ambição de Guilherme de Pádua, quando acreditou que Gloria Perez estivesse diminuindo seu papel na novela De Corpo e Alma, onde contracenava com Daniela.
Causou muita indignação à população brasileira o fato do casal de assassinos, poucas horas depois de atirar o corpo de Daniela num matagal, ter ido abraçar e prestar solidariedade à família dela, chegando à delegacia no próprio carro onde começaram a apunhalar Daniela.
Julgados e condenados por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, os dois cumpriram apenas seis dos 19 anos a que foram condenados.
A indignação popular que se seguiu a esse episódio resultou na alteração da legislação penal, graças aos esforços da mãe de Daniela, Glória Perez, que encabeçou uma campanha de assinaturas e conseguiu fazer passar a primeira iniciativa popular de projeto de lei a se tornar lei efetiva na história do Brasil.
Ainda que a mudança da lei não tenha atingido os assassinos de Daniela, a partir daí o homicídio qualificado passou a ser punido com mais rigor.
Carreira
- 1989 – Kananga do Japão…. dançarina na abertura da novela
- 1990 – Barriga de Aluguel…. Clô
- 1991 – O Dono do Mundo…. Yara
- 1992 – De Corpo e Alma…. Yasmin Bianchi
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A SENTENÇA DE GUILHERME DE PÁDUA
“O réu Guilherme de Pádua Tomaz foi denunciado, pronunciado e libelado como incurso nas penas do art. 121 §2º, inciso 1 e inciso 4 do Código Penal Brasileiro, por ter no dia 28 de dezembro de 1992, no período noturno, em local erno existente na Barra da Tijuca, nesta cidade, fazendo uso de instrumento pérfuro-cortante, desferindo golpes em Daniela Perez Gazolla, causando-lhe, em conseqüência a morte, conforme descrito no auto de exame cadavérico de fls. 59/60. A acusação ainda envolve as qualificadoras do motivo torno e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
(…)
Formulados os quesitos, conforme termo próprio o conselho de sentença acolheu integralmente a pretensão acusatória.
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Formulados os quesitos, conforme termo próprio o conselho de sentença acolheu integralmente a pretensão acusatória.
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Assassinato
Os moradores de um condomínio de onde se podia avistar o local do assassinato ficaram assustados com a presença dos carros em local tão escuro e deserto e chamaram a polícia, enquanto um deles, o advogado Hugo da Silveira, saiu para anotar as placas.
O advogado anotou a placa adulterada do Volkswagen Santana que Guilherme de Pádua dirigia e pôde ver o rosto de Paula Thomaz, iluminado pelos faróis do carro.
Foi assim, através dessa informação, que a polícia identificou e prendeu o casal. Os dois assassinos tinham ido consolar a família da vítima, naquele mesmo dia e no próprio carro onde o crime foi cometido.
Na cadeia, Guilherme de Pádua contou inúmeras versões para o crime. E quando ficou claro que a defesa dos dois não chegaria a um acordo, decidiu acusar Paula Thomaz de tê-lo cometido sozinha, sendo que a defesa da sua ex-esposa fazia o mesmo.
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Julgamento
Em janeiro de 1997, o juiz José Geraldo Antônio condenou Guilherme a 19 anos de prisão. Em maio Paula foi condenada a 18 anos e meio.
Na prisão, Paula teve um filho de Guilherme, Felipe, que nasceu em 1993. Guilherme e Paula cumpriram pouco mais de 6 anos da pena.
(…)
A conduta do réu exteriorizou uma personalidade violenta, perversa e covarde quando destruiu a vida e uma pessoa indefesa, sem nenhuma chance de escapar ao ataque de seu algoz, pois, além da desvantagem na força física o fato se desenrolou em local onde jamais se ouviria o grito desesperador e agonizante da vítima.
Demonstrou o réu ser uma pessoa inadaptada ao convívio social, por não vicejarem no seu espírito os sentimento de amizade, generosidade e solidariedade, colocando acima de qualquer outro valor a sua ambição pessoal.
Diante destas circunstâncias, onde se acentuam intenso grau de culpabilidade, impõe-se uma resposta penal condizente com a exigência da necessidade e suficiência para reprovação e prevenção do crime consoante determina o dispositivo legal norteador da aplicação da pena.
O acusado, em que pese sua personalidade antes retratada, é primário.Nestas condições, fixo a pena base em 19 (dezenove) anos de reclusão, tornando-a definitiva, ante a ausência de circunstância legal ou causa especial que justificariam sua alteração.
Condeno, ainda, o réu a pagar as custas do processo.
O regime prisional para o início do cumprimento da pena é o fechado.Recomende-se o réu na prisão onde se encontra, porque lhe nego o direito de recorrer em liberdade, pelas razões de sua custódia preventiva e também por força desta condenação.
Transitada em julgado, lance-se o nome do réu no rol dos culpados e expessa-se carta de sentença.Publicada nesta sessão plenária, intimada as partes, registre-se e comunique-se.
Rio de Janeiro, em 25 de janeiro de 1997
José Geraldo Antônio
Juiz Presidente
1992: Daniela Perez foi assassinada

Antes de confessar o crime, o ator havia simulado solidariedade à mãe da atriz, e ao marido de Daniela, o ator Raul Gazolla.
O corpo da atriz foi encontrado na Barra da Tijuca com perfurações no peito, barriga e pescoço, hematomas no rostos e arranhões.
A polícia chegou ao assassino graças a um advogado que anotou as placas do carros dos atores no local do crime e do depoimento do porteiro da Produtra Tycoon, onde era gravada a novela De corpo e alma. Segundo investigações, Daniela e Guilherme saíram da empresa na mesma ora, cada um em seu carro. O assassinato ocorreu logo depois.
À noite, uma nova versão da mulher do ator Guilherme de Pádua, Paula, de 18 anos e grávida de 4 meses, confessou estar presente no carro na hora do assassinato da atriz e viu tudo. Guilherme alegou que Daniela o assediava havia três meses com propostas amorosas, de acordo com a versão da mulher da Paula, ela foi para testemunhar o assédio.
A mãe de Daniela, a escritora Glória Perez, em estado de choque sintetizou sua dor: "Senti muito não ter conseguido fazer de minha filha a estrela que ela merecia ser".
Sob forte emoção, centenas de amigos e admiradores foram ao enterro de Daniela Perez. A presença de todo o elenco da novela das oito da Rede Globo atraiu cerca de 4 mil pessoas, o que transformou o sepultamento num cenário de histeria. Fãs queriam tocar em seus ídolos, pedir autógrafos e fotos.
Alterações na legislação penal
Guilherme e Paula foram presos e condenados por homicídio qualificado, a 19 anos de prisão. Os dois separaram-se oficialmente depois do nascimento do filho. Paula cumpriu pena por um ano e conseguiu liberdade condicional. Guilherme cumpriu um terço da pena e também conseguiu liberdade condicional. Ambos foram libertados em 1999. A indignação popular e a luta de Glória Perez resultou na alteração da legislação penal. Apesar da mudança da lei não ter atingido os assassinos de Daniela, o homicídio qualificado passou a ser punido com mais rigor a partir da vigência da lei.
Ratinho grava entrevista com Guilherme de Pádua em segredo
Guilherme de Pádua, assassino de Daniella Perez, foi entrevistado por Ratinho, no SBT. O ex-ator, que agora é pastor evangélico, entrou na emissora sem ser notado e com o nome de Guilherme Thomáz, informou a coluna “Olá”, do jornal “Agora São Paulo”. A entrevista foi feita há 15 dias e deve ser exibida na próxima quinta-feira (8).
O anúncio da matéria gerou indignação por parte de Glória Perez, autora de novelas e mãe de Daniella, que foi assassinada há 17 anos, com 18 golpes de tesoura. “Lastimável a atitude do Ratinho de levar o psicopata ao seu programa”, escreveu Glória em seu Twitter.
O anúncio da matéria gerou indignação por parte de Glória Perez, autora de novelas e mãe de Daniella, que foi assassinada há 17 anos, com 18 golpes de tesoura. “Lastimável a atitude do Ratinho de levar o psicopata ao seu programa”, escreveu Glória em seu Twitter.

Daniela Perez. Foto: Divulgação
Para falar de Pádua, Glória Perez também usou como exemplo de “impunidade” o assassino da menina Miriam Brandão, que foi queimada por seqüestrados por supostamente ter chorado no cativeiro. “Um dos seus assassinos, o Wellington, teve a pena extinta e virou pastor: já é dono de três igrejas! Sequestrou, incendiou viva uma criança de 5 anos, e hoje ganha a vida contando seu feito!”, escreveu a autora.
Glória Perez, novelista. Foto: Divulgação
Daniela Perez tinha 22 anos quando foi assassinada por Guilherme de Pádua e sua mulher na época, Paula Nogueira Thomaz, no dia 28 de dezembro de 1992. Daniela foi morta com 18 golpes de tesoura.
Fonte: Abril
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